4 dicas para organizar sua vida financeira e começar 2023 com o pé direito
Planeje seu dinheiro
Segundo especialistas consultados, planejar antes de gastar é a regra de ouro.
“Quando se pensa em planejamento não é sobre deixar de consumir, mas sim sobre como consumir de maneira consciente e sem causar prejuízos. Essa quantia extra que vai entrar precisa ser direcionada de forma estratégica. O que você quer comprar? Que tipo de despesa tem que pagar sem falta? Tem dívidas? Essas são algumas perguntas centrais desse planejamento”, Isabella Brandão, CFP planejadora financeira e sócia da empresa de assessoria patrimonial Oikos, explicou.
É proposta uma redução do valor recebido e de todas as despesas projetadas. Caio Alberconi explicou que se as contas não forem fechadas, a solução é estreitar a lista e cortar gastos, sempre de forma racional.
Outro ponto a considerar é parcelar compras, viagens e outras despesas. Sem controle, os métodos de pagamento podem se tornar uma bola de neve. “Por isso, é preciso ser realista ao planejar previsões e aspirações”, diz Brandão.
Os exercícios de planejamento podem ser simples. Aqui está um exemplo de como organizar sua conta:
Se tiver dívidas, pague ou renegocie todas
Ricardo Teixeira, da FGV, recomenda priorizar o planejamento financeiro.
“Primeiro, eventuais débitos sobre os quais você esteja pagando juros, sempre elencando dos juros mais altos para os mais baixos. Tente renegociar todas as contas sobre as quais você paga juros em busca de melhores condições”, aconselha.
Brandão compartilha dessa tendência, acrescentando que os ricos pagam suas dívidas. “É muito difícil aplicar em algum investimento que pague mais juros do que os juros da dívida. Se for possível pagar todo o valor e deixar de pagar juros é a melhor saída” Em tempos de juros altos como o atual, esse conselho faz mais sentido : a taxa básica de juros da economia, a Selic, é de 13,75% ao ano.
“Importante é colocar no papel quais as dívidas e quanto de dinheiro você gasta nas parcelas com juros e, a partir disso, se organizar dentro das suas condições”, comenta Teixeira.
Transfira o dinheiro para outras contas
O próximo passo é separar os custos fixos de janeiro, como IPVA, IPTU e matrícula escolar.
“Se sobrou algum dinheiro depois de pagar as dívidas mais urgentes, o ideal é já separar esse dinheiro das despesas de início de ano para garantir os pagamentos. A melhor forma de fazer isso é quando o dinheiro cai na conta, assim não tem como gastar com outras coisas antes”, diz Teixeira, da FGV.
Caio Alberconi lembra que era importante ficar atento às contas de janeiro, baseadas na renda do consumidor. Por exemplo: se o valor extra que a pessoa recebe neste mês também inclui férias, “não pode esquecer que o valor que você recebe em janeiro será menor que o salário integral porque o valor que você recebe é proporcional ao número de dias trabalhados”, ele disse.
“Se tira as férias e gasta mais do que deve no cartão de crédito neste mês poderá não conseguir pagar a fatura cheia em janeiro. E isso é uma armadilha já que o juro do cartão é muito alto“, acrescenta Brandão.
Aqui está uma dica que ela compartilha que pode funcionar em 2023: tente fazer todos os seus pagamentos no mesmo ano. “Procure usar dezembro como prazo de compras do ano, seja para comprar algo em janeiro ou setembro. Isso ajuda a fechar o ano de 2023 sem dívidas”, disse.
Outra dica é parcelar apenas se tiver dinheiro para pagar hoje.
Monte sua reserva de emergência
“Esse é o dinheiro que vai servir como suporte em imprevistos financeiros. O patrimônio acumulado começa com o poupar dinheiro. Para depois entrar no mercado financeiro, comprar um imóvel, entre outros passos. Só é possível construir riqueza quem poupa”, afirma Teixeira.
Especialistas sugerem que, na reserva de contingência, separe de 6 meses a 1 ano de salário para dar conta da entrada de renda de emergências. “A ideia é fazer reservas. Não precisa usar tudo para isso”, disse Caio Alberconi. Afinal, algumas pessoas já possuem reservas financeiras e conseguem administrar seus rendimentos, como alocá-los em outras categorias de investimentos.